terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Controle de Qualidade em Serviços




Por mais que se tente analisar os métodos de garantir a qualidade de um processo de maneiras distintas entre Sistema de Gestão e Controle da Qualidade, quase sempre acabamos por concluir que o controle não atinge o grau de melhoria desejado por apenas servir como um ponto de contenção de falhas, mas pouco ou nenhuma ação para evitar sua ocorrência futura. Ao passo que a gestão foca em administrar de forma sistêmica a qualidade de modo a evitar que a falha ocorra, mas quando a falha ocorre o sistema contribui pouco ou nada para a contenção antes que a falha afete o cliente final.
Se colocarmos mais um fator de análise nesse contexto? A qualidade aplicada ao serviço! Desse prisma o processo de controle da qualidade se torna um pouco mais complexo e altera a definição que muitos acreditam ser correta “controle da qualidade serve para evitar que a falha atinja o cliente”. Bom, algumas vezes, o fluxo de um processo de serviço tem várias interfaces com o cliente, isso quando não está 100% do tempo ligado ao cliente, assim sendo se torna ineficaz tentar ações de contenção, mais ainda assim o controlar a qualidade é necessário.
Em diversos núcleos de discussão em relação à qualidade há sempre quem defenda a aplicação de gestão da qualidade em detrimento do controle da qualidade, assim como os que julgam que a gestão da qualidade não é capaz de evitar o prejuízo no cliente e, portanto, o controle da qualidade é mais eficaz. Mas é no cenário citado acima como fica?
Em serviços na maior parte das vezes precisamos aliar gestão e controle e fazê-los trabalhar como um único método. O controle da qualidade tem de servir, além de tudo, como um medidor da eficácia do sistema de gestão, e este deve servir como atuador primário sobre os apontamento gerados pelo controle da qualidade.
No ano de 2014 trabalhamos em um projeto que ilustra bem a situação em questão. Realizamos a reimplantação de um sistema de gestão da qualidade (ISO 9001), que pelo fato de estar em um segundo ciclo de certificação, teve sua demanda (ou expectativa) aumentada pelo cliente, o que normalmente ocorre quando a empresa está comprometida com o sistema.
O fato é que mesmo com a revisão de todos os processos, documentos, realização das auditorias, realimentação do cliente, registros e treinamentos; a qualidade ainda não era entendida como um diferencial da empresa. Tudo corria bem, mas o cliente final não percebia o diferencial do processo de qualidade.
Tivemos então a ideia de aplicar técnicas de controle da qualidade dentro dos indicadores do sistema de gestão da qualidade: chamado de controle de cadeia de serviço. Controlando a qualidade em todas as fases do negócio e gerando indicadores para atuação dentro do sistema de gestão.
Assim o projeto foi implantado de modo a controlar:
  • Relação comercial – requisitos de negócio, atendimento, comunicação, interface e informações para outras áreas;
  • Operação – prazos de atendimento, cronograma de execução, comunicação com o cliente, documentação e instrução ao pessoal interno e interface com outras áreas;
  • Recursos Humanos – Comportamento dos recursos humanos aplicados na execução de cada serviço;
  • Áreas de apoio – acionamento e atendimento executado pelas áreas de apoio em cada serviço;
  • Fiscal – controle de documentação legal emitida/recebida, critérios para aceitação de documentação fiscal e liberação fiscal do serviço;
  • Financeiro – liberação de verbas operacionais, pontualidade no processo de faturamento e critério de recebimento de documentação operacional;
  • Cliente – percepção do cliente em cada serviço executado;
Todos esses pontos são medidos diariamente, registrados e os desvios são tratados de forma imediata.
Os resultados do controle de qualidade são apresentados em reuniões gerenciais que ocorrem mensalmente, assim como o indicador geral de qualidade de serviço.
No geral isso exemplifica um projeto de agregação de valores entre controle e gestão, onde a gestão é medida por sua capacidade de impedir que falhas ocorram e o controle é medido por sua capacidade de gerar dados e impedir que a falha passe sem ser percebida.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA


 Por Marcelo de Col Gomes Rezende - www.linkedin.com/in/marcelodecol


Resumo: Este artigo descreve a forma de gestão da qualidade na aviação civil brasileira, bem como contribuir para uma reflexão e oferecer novos ângulos de análise e tomada de decisão voltada para a melhoria.

1 Introdução
A aviação comercial brasileira experimenta expansão e crescimento da ordem de 12% ao ano desde 2007 destacou estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado em 2010, a projeção do estudo aponta para um crescimento acelerado nos próximos 15 anos. Os números crescentes por transporte de passageiros e cargas afetam diretamente as estratégias das diversas empresas do setor aéreo, especialmente as companhias aéreas que possuem em seu dia-dia desafios de um setor bastante regulamentado e pouco lucrativo do ponto de vista do custo operacional face aos custos operacionais das companhias aéreas estrangeiras.
Uma destas estratégias é a Gestão da Qualidade, foco deste artigo. Essa estratégia deve envolver a organização de forma global, deste o atendimento inicial do cliente por meios virtuais como compra de passagens e check in eletrônico ou presenciais nas lojas e balcões de atendimento, passando por processos complexos de gerenciamento da manutenção, cadeia de suprimentos e operações de voos das frotas de aeronaves.
Este estudo científico apresenta um panorama do sistema de gestão da qualidade na indústria aeronáutica brasileira e pretende contribuir para uma reflexão abrangente, oferecendo novos ângulos de análise.
1.1 Revisões teóricas
Antes, porém, é importante apresentar o entendimento de autores, entidades e normas reconhecidas nas áreas da qualidade e aviação, relacionados aos conceitos básicos da qualidade.
1.1.1 Controle da Qualidade:
Para a ISO 9000 (2005), controle da qualidade é a parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade.
Segundo a American Society for Quality (ASQ), controle da qualidade é a técnica de observação e atividades utilizadas para cumprir os requerimentos da qualidade.
De acordo com KINNISON (2004), controle da qualidade é definido como um conjunto de atividades de inspeção, sendo: as inspeções das atividades de manutenção na aeronave, as inspeções de oficinas, as inspeções de recebimento de materiais, as inspeções de ensaios não destrutivos (END) e a execução de calibração de instrumentos, equipamentos e testes.
Já para o IATA Reference Manual for Audit Program – IRM (Julho 2014), controle da qualidade pode ser entendido como auditoria, inspeção ou teste das saídas de um processo, que pode ser um produto, um serviço ou uma função, para determinar a conformidade com desempenho técnico e ou padrões de qualidade. Atividades de controle da qualidade são tipicamente patrocinadas pelos gestores das áreas de operações, manutenção ou security que possuem responsabilidade direta em safety¹ e security² em suas respectivas áreas.
Controlar a qualidade significa atender a critérios específicos. Função está muito mais ligada as atividades de inspeção do que de auditoria, neste sentido há um alinhamento entre os conceitos apresentados por KINNISON (2004), ASQ e pela ISO 9000 (2005). De forma prática o controle da qualidade na aviação civil desdobra-se nas atividades descritas por KINNISON (2004).

¹ Safety: Área responsável pelo desenvolvimento e aprimoramento das políticas de segurança operacional (também conhecida como segurança de voo)
² Security:Área responsável pelo desenvolvimento de políticas de segurança patrimonial e contra atos ilícitos

1.1.2 Garantia da Qualidade:
Segundo a ISO 9000 (2005), garantia da qualidade é a parte da gestão da qualidade focada em prover confiança de que os requisitos da qualidade serão atendidos.
Para a American Society for Quality (ASQ), garantia da qualidade é definida como atividades planejadas e sistemáticas implementadas em um sistema da qualidade para que os requisitos da qualidade de um produto ou serviço sejam cumpridos.
Para KINNISON (2004), garantia da qualidade é definida como um conjunto de atividades que englobam a administração e o gerenciamento do setor de garantia da qualidade, as atividades do “CASS – Continuing Analysis and Surveillance System (Sistema de Vigilância e Análise Continuada), a condução das auditorias nas organizações de manutenção e engenharia, da manutenção dos registros técnicos e da ligação com a entidade reguladora e todas as áreas que englobam as organizações de manutenção e engenharia.
Segundo o IATA Reference Manual for Audit Program – IRM (Julho 2014) garantia da qualidade pode ser entendida como um processo formal e sistemático de auditorias e avaliações do sistema de gestão e as funções operacionais de um operador ou prestador para assegurar:
  • Conformidade com a regulamentação e requerimentos internos;
  • Satisfação de necessidades operacionais declaradas;
  • Identificação de condições indesejáveis e áreas que necessitam de melhorias;
  • Identificação de perigos.
Garantir a Qualidade está ligada a uma série de atividades que farão com que exista confiança no serviço ou produto, essa confiança é traduzida pela criação/atualização de procedimentos e melhoria de processos das áreas produtivas e outras áreas de suporte. As atividades descritas pelo modelo de KINNISON (2004) são atualmente realizadas na integra pela área da Garantia da Qualidade.
1.1.3 Gestão da Qualidade:
Para a ISO 9000 (2005), são atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade.
Segundo PALADINI (1998), é o conjunto de estratégias que, organizadamente desenvolvidas, visam produzir qualidade em processos, produtos e serviços.
De acordo com o IATA Reference Manual for Audit Program – IRM (Julho 2014), é o conjunto de atividades organizacionais, planos, políticas, procedimentos, processos, recursos, responsabilidades e de infraestrutura implementada para garantir que todas as atividades operacionais satisfaçam os requerimentos regulatórios e dos clientes. Um sistema de documentação controlado é utilizado para refletir os planos, políticas, procedimentos, processos, recursos, responsabilidades e a infraestrutura utilizada para alcançar a conformidade de forma consistente e contínua.
A Gestão da Qualidade tem em suas bases a ciência da administração PALADINI (1998), antes de ser uma atividade como descreve o IRM, deve ser entendida como um conjunto de estratégias.
2 A gestão da qualidade na aviação civil brasileira
Historicamente o setor aeronáutico brasileiro incorpora práticas e modelos dos setores aeronáuticos europeu e norte-americano, sendo a legislação brasileira uma adaptação principalmente da legislação norte americana, seguindo, portanto as tendências desta última. Existem certamente pontos específicos na legislação do setor desenvolvida pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, contudo a regulamentação Brasileira, Norte-americana ou Europeia não possuem uma abordagem sistêmica para a gestão da qualidade das organizações do setor.
É encontrada na gestão das empresas aéreas a área (Diretoria ou Gerência) da garantia da qualidade descrita por KINNISON (2004), mas, as atividades deste modelo são desenvolvidas apenas para a área de manutenção de aeronaves e cadeia de suprimentos aeronáuticos. Deste modo há um isolamento entre as áreas das organizações, não existindo políticas de integração entre outras áreas da empresa e suas estratégias para a gestão da qualidade corporativa.
A área responsável pela Garantia da Qualidade, frequentemente está ligada a alta administração das operações de manutenção. Também é de responsabilidade desta área a condução do programa denominado Sistema de Análise e Supervisão Continuada (SASC).
O SASC é preconizado pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 121.373 – Acompanhamento e Análise Continuada, descrito abaixo:
121.373 – ACOMPANHAMENTO E ANÁLISE CONTINUADA
(a) Cada detentor de certificado deve estabelecer e manter um sistema de acompanhamento e análise continuada da execução e eficácia dos seus programas de inspeções e de manutenção, manutenção preventiva, modificações e reparos, visando corrigir discrepâncias ou deficiências desses programas. Tal sistema deve acompanhar a execução de todos os trabalhos em curso, sejam executados pelo próprio detentor de certificado, sejam executados sob contrato externo.
(b) Sempre que a ANAC julgar que em qualquer dos programas referidos no parágrafo (a) desta seção os procedimentos e padrões especificados não atendem aos requisitos deste regulamento, o detentor de certificado envolvido deve, após receber a notificação escrita da ANAC, fazer as modificações determinadas.
Como suporte ao requisito foi criada a Instrução Suplementar (IS) 120-079, que descreve aos operadores certificados conforme os RBAC 121 e RBAC 135 como devem implementar o SASC.
Um pouco antes da criação da IS120-79, a resolução n°18 da ANAC publicada em 20 de Março de 2008, obrigava as empresas que operam segundo o RBAC 121 e que executem operações de bandeira, ou seja, que realizam voos para fora do território nacional, deveriam constar e permanecer no programa IATA Operations Safaty Audits (IOSA) – Auditoria Internacional de Segurança Operacional da IATA, a partir de 01 de Janeiro de 2009.
Originalmente a IOSA foi iniciada em 2001 pela IATA (International Aviation Transportation Association), para satisfazer duas necessidades específicas da indústria aeronáutica:
  • A diminuição das auditorias cruzadas das companhias aéreas que iniciariam acordos comercias de compartilhamento de voos (code share) e
  • A manutenção dos altos níveis de segurança operacional.
A partir das premissas da IOSA e da resolução n°18 da ANAC as companhias aéreas brasileiras de bandeira implementaram o programa, que prevê auditorias bianuais de certificadoras acreditadas pela IATA.
Desta forma houve uma integração entre oito áreas operacionais das empresas. São elas: Alta Administração e Safety; Operações de Manutenção; Operações de Voo que englobam a Tripulação Técnica; Operações de Cabine que englobam a Tripulação Comercial; Despacho Operacional; Operações de Solo, Operações de Carga e Security.
Essa integração permitiu que todas as operações fossem planejadas de forma estratégica o que não ocorriam até então.
As companhias aéreas passaram a formar e sistematizar comissões que reúnem as oito áreas operacionais a intervalos planejados para discutir temas ligados a auditorias internas e auditorias de certificação das autoridades aeronáuticas e dos órgãos acreditados pela IATA e mais recentemente aos processos do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) ou Safety Management System (SMS) preconizado pela ICAO (International Civil Aviation) Doc 9859 (ICAO Safety Management Manual (SMM). Apesar desta integração as áreas ligadas à percepção dos clientes, tratamento de reclamações e posterior realimentação estão fora do âmbito dessas comissões.
Para as demais empresas da indústria aeronáutica que para o foco deste artigo são as organizações de manutenção de aeronaves e produtos aeronáuticos, as políticas para os sistemas de gestão da qualidade e o gerenciamento da segurança operacional são pouco divulgadas e de difícil entendimento.
Em 08/01/2009 a ANAC emitiu um documento denominado, Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR) esse programa associado com o Programa de Segurança Operacional Especifico da Agencia Nacional de Aviação Civil (PSOE – ANAC), trazem diretrizes para operadores e empresas de manutenção em produtos aeronáuticos, de como deveriam implementar o SGSO.
Em 05/03/2013 a ANAC emitiu a emenda 00 do RBAC 145 – Organizações de Manutenção de Produto Aeronáutico, este regulamento é a revisão do antigo RBHA 145 – Empresas de Manutenção Aeronáutica e um dos seus requisitos, o 145.214-I trata do SGSO para as organizações de manutenção, contudo até hoje não há um entendimento claro de que forma as organizações de manutenção de aeronaves e produtos aeronáuticos devem implementar tais requisitos.
Desta falta de entendimento sobre a implementação do SGSO (SMS) e outras estratégias ligadas a Gestão da Qualidade, Garantia da Qualidade e Controle da Qualidade fazem com que essas organizações tenham seu foco somente no atendimento aos requisitos regulamentares, não havendo espaço para a inovação e melhoria de processos levando a um ciclo vicioso e perverso de limitar-se as prescrições.
3 Conclusão
Não se espera que agências reguladoras provejam caminhos além daqueles prescritos na regulamentação. Isso ocorre em todos os tipos de mercado onde há regulação, sobre tudo no setor aéreo, que é extremamente regulado. Dessa forma as organizações limitam-se a cumprir requisitos, não havendo neste cenário espaço para melhoria e inovação.
Este é exatamente o paradigma que precisa ser quebrado, não é porque se está em um mercado extremamente regulado que não exista espaço para inovação e melhoria. É preciso que haja um esforço por parte da alta direção em entender o presente e pensar no futuro de suas organizações e não há outro caminho que leve a perenização de uma marca ou organização que não pelas mãos da qualidade, isso pode ser traduzido através da implementação de ferramentas conhecidas a várias décadas, esse trabalho deve ser iniciado por um bom Controle da Qualidade que deve entender quais são os requisitos a serem atendidos, também desdobrado no fato deste controle ser executado essencialmente por pessoas, estas devem entender seu papel que é um dos pilares da segurança de voo, mas sobretudo caminhar para a inovação na forma de se executar os processos.
Posteriormente estruturar a área da Garantia da Qualidade que tem por finalidade a criação e melhoria de procedimentos e processos das operações da organização.
Posteriormente a integração das áreas de Controle da Qualidade e da Garantia da Qualidade, é necessária a criação de uma área para Gestão da Qualidade, essa é um pouco mais complexa, pois atinge a empresa de forma global, entretanto é possível combina-la com a Garantia da Qualidade no modelo de KINNISON (2004).
Somente depois que essas três áreas estiverem trabalhando de forma harmoniosa pode-se pensar em implementar ferramentas como Lean, o Lean Seis Sigma, todavia nenhum modelo ou quebra de paradigma será bem sucedido se a alta direção não se engajar na causa desde o seu início ou até mesmo antes, que seja emanada da própria alta direção.

Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – RBAC 121 – Requisitos Operacionais: Operações Domésticas, de Bandeira e Suplementares, Resolução nº 146 , de 17 de março de 2010.
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – RBAC 145 – Organizações de Manutenção de Produtos Aeronáuticos, DOU 07 de Março 2014 Seção 1, página 3 e 4
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Instrução Suplementar – IS120-079 – Sistema de Análise e Supervisão Continuada, DOU n° 118, S/1, p.11 de 24 de Junho 2009.
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil – PSO-BR, 2009
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Programa de Segurança Operacional Específico da Agência Nacional de Aviação Civil – PSOE-ANAC, 2009
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Resolução n° 18, 19 de Março de 2008
AMERICAN SOCIETY FOR QUALITY – ASQ. Basic Concepts http://asq.org/learn-about-quality/quality-assurance-quality-control/overview/overview.html, acessado em 18/06/2014
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 9000:2005: Sistema de gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 9001:2008: Sistema de gestão da qualidade:requisitos. Rio de Janeiro, 2008.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA Panorama e Perspectivas para o Transporte Aéreo no Brasil e no Mundo. Distrito Federal, 2010.
INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION – IATA. IATA Reference Manual for Audit Program – IRM, 5° Edição, Montreal 2014.
INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION – ICAO. Doc 9859 Safety Management Manual – SMM, Montreal 3° Edição, 2013.
[4] KINNISON, H. A. Aviation Maintenance Management New York: McGraw-Hill Companies, Inc 2004.
PALADINI, E.P. As Bases Históricas da Gestão da Qualidade: A Abordagem Clássica da Administração e seu Impacto na Moderna Gestão da Qualidade: Gestão & Produção v.5, n3, p. 168-186, Dezembro 1998.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Auditorias – O que são?



Auditoria é um processo de verificação cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas em determinada empresa, setor ou processo, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas ao atingimento dos objetivos.
Em geral as auditorias resultam em duas respostas distintas, embora existam variações, assim se pode evidenciar o que está conforme e o que está não conforme.
Pode se dividir o processo de auditoria em algumas categorias distintas, em relação à localização e execução, bem como o teor que se pretende dar. Assim podemos dizer que as auditorias podem ser externas ou internas:
Auditorias Internas – São auditorias realizadas pela própria organização em seus processos, geralmente essa auditoria é realizada por uma equipe de auditores internos, e pode ou não ter acompanhamento de uma consultoria especializada.
Auditorias Externas – São auditorias realizadas por uma organização em outra organização, nessa categoria podemos citar os casos de auditorias em fornecedores e auditorias de certificação.
Ou ainda em Auditoria de 1ª parte, 2ª parte ou 3ª parte:
Auditoria de 1ª parte – Nome dado aos processos de auditoria interna, onde a organização executa auditoria em suas próprias atividades.
Auditoria de 2ª parte – Auditoria Externa realizada em fornecedores, geralmente esse tipo de auditoria é realizado para qualificar um novo fornecedor ou para avaliar um fornecedor já credenciado.
Auditoria de 3ª parte – Auditoria realizada por organismo credenciado de certificação, trata-se de uma auditoria externa que normalmente marca o inicio do ciclo de certificação das organizações ou sua manutenção periódica.
Auditorias devem ser sempre conduzidas por auditores preparados para observar, diagnosticar e captar evidencias de forma objetiva, procurando sempre causar o menor nível de alteração no processo auditado e sempre observando as orientações da ISO 19011.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Meio Ambiente


Desde o início do Século XX pode se perceber certa preocupação com os aspectos do meio ambiente, porém, tratava-se de algo baseado em razões particulares.
Embora a década de 60 tenha sido marcada por uma onda de sensibilidade geral, foi na década de 70 que tal preocupação veio assumir um caráter desprovido de interesses absurdos e com olhos ao coletivo.
Nos anos 70 surgiu, pela primeira vez, uma busca pela proteção de grandes componentes da natureza e o indivíduo voltou sua atenção para a água, o ar e a vida selvagem.
O meio ambiente e a preservação sempre fizeram parte das preocupações do homem, porém, a preocupação hoje é bem maior, já que o meio ambiente encontra-se bastante degradado em consequência de consumo excessivo de recursos naturais não renováveis, queima de combustíveis fósseis, desmatamento e destinação inadequada de lixo.
A questão ambiental é um dos assuntos que consegue igualar a população mundial, quando o assunto é relacionado a problemas ambientais não há discriminações ou divisões, uma vez que todos se unem em prol de um mesmo objetivo: tentar salvar o que resta do nosso planeta, cuidar para que o meio ambiente possa se recuperar.
Nestes últimos anos vários acordos foram criados com a finalidade de salvar o meio ambiente. Em meio a diversas soluções apresentadas está a exploração sustentável, onde se promove o mínimo de impacto possível, mas para se tornar viável é necessária a conscientização da população e investimentos na área de proteção e recuperação do meio ambiente.
Nesse contexto o papel das organizações se torna muito importante, pois as cargas de poluição estão sempre relacionadas ao processo produtivo despreocupado com os aspectos e impactos ambientais. Ações básicas podem contribuir para que as organizações mitiguem seus riscos ambientais e provoquem comportamentos positivos em seus funcionários e na comunidade exterior.
Algumas perguntas importantes que podem nos ajudar a analisar essa questão na relação das organizações com o meio ambiente:
- Que aspectos ambientais estão relacionados ao meu trabalho? Que atividades, funções, processos ou ações podem causar alterações no meio ambiente?
- Que impactos ambientais causamos? Que alterações fazemos no meio ambiente? São benéficas ou adversas?
- O que estamos fazendo para recuperar ou evitar a degradação ambiental?
As respostas para essas perguntas podem nos dar uma boa visão sobre como estamos tratando as questões ambientais que nos cercam e como estamos contribuindo para evitar a degradação do planeta.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sistemas de Gestão


As definições de sistemas de gestão foram apresentadas de diversas formas ao longo dos anos por diversos autores, mas no geral todos eles concordam que um sistema de gestão, seja para gerir atividades puramente práticas ou com fins específicos, como um SGQ (sistema de gestão da qualidade), são um conjunto de partes interagentes com um determinado objetivo dentro da organização.
Em suma um sistema de gestão contempla uma serie de processos que se sequenciam e interagem de modo a manter um padrão na área em que são propostos, provendo os resultados esperados mais uniformemente, ou no mínimo, com desvios facilmente identificáveis. As normas de gestão específicas (ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001) definem, em resumo, que sistema de gestão é a parte de um sistema da organização utilizado para desenvolver e implementar suas políticas e para gerenciar seus aspectos e impactos. Por outro lado, e por ser mais abrangente que as demais normas de gestão, a NBR 16001 define como sistema de gestão o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos, bem como formas para atingi-los.
Os sistemas de gestão têm por objetivo prover as organizações de elementos de um modelo de gestão eficaz que possa ser integrado a outros requisitos da gestão. Esse fator de integração é o ponto-chave na gestão da organização. As estruturas das normas de gestão são semelhantes e fundem-se num único modelo de gestão. As normas de gestão seguem a estruturação do modelo baseado no ciclo P (Plan), D (Do), C (Check) e A (Act), partindo da premissa de se estabelecer uma política de gestão, realizar um planejamento desdobrando a política em objetivos e metas de desempenho, definindo procedimentos e processos operacionais a fim de garantir e direcionar a implantação efetiva das diretrizes da política da organização. Como forma de análise e melhoria do sistema de gestão, destaca-se as atividades de verificação, monitoramento e as ações corretivas/preventivas visando a melhoria do desempenho do sistema de gestão.
Em todos os sistemas de gestão percebe-se que a estrutura pode ser organizada nas seguintes categorias:
    • Política de Gestão
    • Planejamento
    • Implementação e Operação
    • Avaliação de Desempenho
    • Melhoria
    • Análise Critica
As normas de sistemas de gestão possuem seus próprios requisitos específicos, porém as seis categorias relacionadas acima estão presente nelas e podem ser adotadas como eixo central para a integração das normas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Consultoria – Como funciona?




Consultoria é o serviço de apoio aos gestores ou proprietários de empresas, para auxiliar nas tomadas de decisões estratégicas, com grande impacto sobre os resultados atuais e futuros da organização.
 

Em muitos casos a atividade de consultoria é utilizada para orientação direta e no auxilio na implantação de projetos, modelos de gestão, processos de certificação e auditorias internas e externas.

O foco da consultoria é definir a melhor alternativa de ação num ambiente de negócios repleto de incertezas, riscos, competição e possibilidades desconhecidas, que representam para os gestores da empresa um problema complexo e de grande importância.

O papel da consultoria é fornecer uma prestação de serviço que sirva como apoio profissional para o atingimento de um objetivo específico ou a obtenção de algum tipo de certificação. Isso ocorre através de diagnósticos da organização, levantamento de necessidades de processo, identificação e recomendação de ações, bem como a orientação direta na implementação das mesmas.